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Traumas de infância interferem na saúde mental dos adultos

Postado em 27/09/2019



Dita em voz baixa, calma e até um pouco enigmática, a frase “Fale-me sobre sua infância” é provavelmente a primeira que vem à cabeça de quem imagina um psicoterapeuta. Uma tese da FMRP-USP determinou a importância da primeira infância (até os 6 anos de idade) para a saúde mental dos adultos. E mais: relacionou os diferentes tipos de trauma dessa época a males mentais específicos que desenvolvemos mais adiante na vida.

 

Para isso, foram analisados 120 indivíduos de 26 a 42 anos — 30 eram saudáveis, enquanto o restante possuía transtornos de ansiedade ou de estresse pós-traumático. Essas condições costumam ter um sintoma em comum, que também foi avaliado atentamente: o chamado déficit de discriminação ambiental. Ele consiste na dificuldade de interpretar o meio social em que o indivíduo está inserido. Pode ser na família, no trabalho ou na faculdade, por exemplo.

 

Foi descoberto que a maioria dos que sofriam de transtornos pós-traumáticos tinha passado por experiências chocantes de cunho mais geral durante a primeira infância. São situações de violência, por exemplo, ou desastres naturais — e que geralmente acontecem de forma abrupta.

 

Já os participantes com transtorno de ansiedade generalizada tendiam a ter passado por traumas mais emocionais que os demais quando crianças. Isso envolvia desde abusos sexuais até a percepção de não ter valor como pessoa. Na hora de reconhecer os sentimentos no rosto de outras pessoas, boa parte deles tinha mais facilidade do que o comum para identificar a expressão de repúdio.

 

Por outro lado, não foi possível relacionar a fobia social a eventos na infância. A psicóloga por trás das descobertas explica que, para o surgimento essa condição, o mais determinante é ter uma personalidade com traços de neuroticismo. Características como impulsividade, instabilidade emocional e baixa tolerância à frustração, portanto, estão relacionadas a intrigas.

 

Com o diagnóstico de transtornos de ansiedade se multiplicando a cada dia ao redor do mundo (principalmente no Brasil, que lidera o ranking da Organização Mundial da Saúde), é importante voltarmos nossas atenções para a qualidade de vida proporcionada a nossas crianças.

 

O ASSIM SAÚDE fornece dicas para que você fique atento a sua qualidade de vida e a da sua família.